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Araucaria ou Pinheiro do Paraná

Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze

Nome científicoAraucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze
Nomes populares: pinheiro-brasileiro, pinho, araucária
Família: Araucariaceae
Foto: Compêndio Online Gerson Luiz Lopes – Manejo Florestal Unicentro (no detalhe: pássaro grimpeiro).

CARACTERÍSTICAS: Árvore de grande porte, tem sua distribuição no sul e sudeste do Brasil, parte da Argentina e Paraguai, e seu habitat natural se dá em locais de clima frio com ocorrência de geadas, altitudes elevadas e precipitação bem distribuída ao longo do ano.  

USOS: A espécie possui alto valor econômico, sua madeira é de excelente qualidade e os nós da madeira possuem grande poder calorífico. O seu fruto (pinhão) é amplamente consumido pela população no sul do Brasil, e também importante fonte de alimento para a fauna silvestre. O pinhão também  possui propriedades medicinais e ótimas características nutritivas, a semente é rica em reservas energéticas. 

Cada árvore produz em média 40 pinhas por ano ao longo de toda sua vida (mais de 200 anos).

ANIMAIS CORRELATOS:  A dispersão de suas sementes ocorre com o auxílio de alguns exemplares da fauna silvestre, como a cutia, a gralha-azul, e o papagaio charão. O pássaro grimpeiro (Leptasthenura setaria) é crucial para a reprodução do pinheiro do Paraná, pois ele se alimenta de uma larva que se alimenta dos estróbilos femininos (pinhas) das araucárias fêmeas, assegurando e aumentando a produção de pinhões. Outro dispersor único da espécie é o serelepe (Scirius ingrami), que além de enterrar os pinhões favorecendo sua regeneração, transportam estes a uma distância mínima de 25 metros da árvore que origina os pinhões (BORDIGMON; MONTEIRO-FILHO, 2000).

Grau de ameaça: Em Perigo – EN. 

A Araucaria angustifolia é uma espécie madeireira de grande valor comercial, que sofreu redução populacional muito severa ao longo do último século. Esse período é inferior ao tempo de geração desta espécie nas florestas, que varia de 120 a 166 anos. 

Estima-se que atualmente, o desmatamento das florestas com Araucária é superior a 80%. Ainda nos tempos atuais, a espécie ainda sofre com a exploração madeireira, apesar de ser protegida por lei, e é ameaçada pela construção de usinas hidrelétricas na Região Sul, o que vem causando o desaparecimento de importantes remanescentes de floresta com Araucária. Ademais, vários fragmentos são bastante impactados pela presença de animais exóticos, que adentram nos sub-bosques das florestas e eliminam os indivíduos regenerantes (mudas), como javalis e gado bovino. 

Recentemente, foi aprovada a lei nº 20.223/2020 que estabelece regras de plantio, cultivo e exploração comercial da espécie Araucaria angustifólia. Por um lado, há defensores desta espécie que são pessimistas quanto a lei, pois acreditam que seu uso irá fomentar o seu uso e que, com a ausência de políticas de preservação de florestas de araucárias, esta ficará mais em perigo. Outros pesquisadores, já acreditam que seu uso sustentável é uma ferramenta indispensável para sua conservação.